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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

AMORA NEGRA

Alicia Keys é a nova diretora criativa da Blackberry. Sempre me surpreenderam as marcas que conseguem dar um fresh new look ao nome, sem querer defender com unhas e dentes aquilo que foram as decisões passadas, tantas vezes erradas. Um género de "sempre fizemos assim, seguiremos fazendo assim. Um dia a teoria vai dar os seus frutos" e depois não dá e as falências chamam-se pura falta de humildade. A Blackberry tem vindo a cair em quota de mercado dentro do setor das telecoms. O Governo Norte Americano, que se orgulhava de sempre ter tido este sistema operativo, mudou recentemente de casa, indo viver junto com a grande rival da anterior parceira, a Apple e o seu filho preferido, o iPhone. Venha a Alicia Keys, venham os teclados virtuais, venha o novo Blackberry10 que em breve entrará no mercado português. É uma resposta à altura, que já ganhou: pela cara lavada e o pelo elevadíssimo jogo de cintura.

XX

Já sei que ninguém ouve música, filmes, coisas que dão trabalho de ligar, em blogs. Já sei porque eu sou igual. Mas vou arriscar porque me parece bom demais para não o fazer. Gosto deste grupo, é diferente, é alternativo. Alternativo diz que é bom. O povo diz que sim. Tudo, tudo? Não.. Há coisas alternativas de trepar paredes. Mas isto é bom. Isto é muito bom!



E ganha tanto a partir dos 2 minutos..

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

quando isto acontece

P, a que horas vai dar o jornal das nove?

A coisa está grave.

prazo para devolução

Não te trocava por nada. 

Nem pelo último ferrero roché da caixa. Nem pelo cigarro de fim da noite que me leva até casa. Nem pelo segundo em que acabam aquilo que me parecem sempre mil km's de corrida todos os fins-de-semana. Não te trocava pelo gelado de santini de marabunta com marabunta - menina, pode ser mais original e pedir um segundo sabor diferente? Prometo que sou generoso a servi-la. Não obrigada, porque essa é a combinação per-feita. Não te trocava pelo café da manhã, nem pelo café da tarde, nem pelo café com leite, nem pelo balde de chá verde em cima da minha secretária. Nem por uma caixa de bolachas daquelas, nem por uma das outras.

E não troco o jantar de hoje por nada, nada. Sushi is my thing! Não te vejo há três dias e não trocava a noite de hoje por nada, mesmo que fossemos jantar sopa de bicos de alfinete.

BANHO MARIA

Nem todas as decisões se baseiam em reflexões filosóficas, estudos de mercado aprofundados ou análises científicas sobre o estado do tempo. Algumas vezes, tantas, estão sedimentadas em areia - em instintos, em feelings, em deixa ver se pega. E apesar disto ser óbvio porque pauta decisões que todos tomamos, temos a tendência para, quando confrontados por terceiros, tentar arrancar do fundo da massa cinzenta, aquilo que nos parece ser a justificação que vai convencer o ouvinte todo-ouvidos-à-procura-do-prato-do-dia-daquela-conversa.

E algumas vezes, tantas, soam a fraquinho. E começamos a dar voltas ao novelo, e ás tantas já somos nós quem não consegue espernear de tão enrolados que estamos nas próprias palavras. E algumas vezes, tantas, mais valia matar a conversa no primeiro segundo com um redondo "porque me a-pe-te-ceu". Assim mesmo, com pausas nas sílabas e olhos bem abertos. Vai matar a nata do assunto? Com certeza. Mas poupa-nos. 

E precisamos de nos poupar porque a recessão, segundo li hoje na VI revisão do FMI, está para ficar em nossa casa até final de 2013. Com sorte, já passa o próximo Natal com a família, bem longe daqui.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

29.01.2012


Faz hoje um ano e eu gosto de datas, até porque regra geral só me lembro delas quando já passaram. Mas esta não.

As datas são o referencial de relativização de tudo o que já veio ou virá. Um ano dá perspetiva aos acontecimentos - pensar que de hoje a 365 dias estás a rir daquilo que agora parece um problema-ao-nível-de-fim-do-mundo é do caraças.

Foi um ano como nenhum dos 23 que já cá cantam. De mais certezas, mais família, mais seriedade e mais  isto é insubstituível! Tudo começou com uma caneta e uma folha de papel. E não foi assim que começaram as grandes histórias de amorEsta foi.

momentos nicola



























"Uma noite vai valer a pena ficar. Hoje é a noite." by Ana (Ana Rita, mas isso não interessa nada, que eu cá contento-me com um nome para cada pessoa, para grande desilusão dele, que gosta sempre de dois para cima, viva la fartura).

Foi esta a frase que marcou, incessantemente, as manhãs da semana passada no escritório. O ritual era inalterável: chegar, largar a carteira-que-nunca-parece-suficientemente-grande, ligar a parafernália tecnológica, pendurar o casaco, chegarem os outros, perguntarem "a menina dança?" e responder "já não era sem tempo!". Seguirmos todos para a copa onde nos espera a máquina de café que já batizei de Nico. Café a ferver, agarrar num pacote de açucar, ler a frase. Não gosto de açucar no café mas a frase lida durante a manhã segue depois o dia comigo, bem como o pacote, género frase de auto-ajuda da avó Nicola.

"Uma noite vai valer a pena ficar". Não era a frase mais motivadora de ler ás 9 a.m. mas estava para ficar, porque saiu cinco dias consecutivos.. Não valeu a pena ficar, nenhuma das noites. Apeteceu sempre mais sair a horas decentes do que picar o ponto já quase de dia, o dia seguinte. E foi daí que nasceu uma decisão, cozinhada durante o fim-de-semana descansado no campo - aumentar o grau de exigência pessoal, dentro das quatro paredes onde vivo 67% do meu dia. Acabar com a internet fora de horas, desligar a música a maior parte do tempo, chegar a horas, chegar mesmo a horas - o que significa chegar antes das horas. If you're on time, you're late. But if you're earlier, then you're on time. Estudar sobre os temas onde trabalho, querer mais responsabilidades. É vaipe de segunda-feira para uns, é um granda "isto é a sério" para outros, para mim.

E desligar o chip da mudança. De querer sempre mais diferente, mais original, mais melhor. Ás vezes o melhor é isto aqui, sem o brilho da novidade. E ás vezes é nesse melhor que sou, somos, chamados a brilhar. Sem brilho, que isso nas mulheres é sinal de maquilhagem a menos e fritos a mais.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

começas bem

É oficial: por estes lados, o Verão de 2013 vai ter onze dias de férias - onze, eleven, once, jedanaest. Bem espremidos, são capazes de chegar a saber a marisco. Do baratinho, que eu sempre quis conhecer o capitão Iglo e apertar-lhe aquelas bochechas salgadas.

Se me tivesse sido dada opção de escolha, não tinha encontrado uma melhor forma de começar a semana. De certeza..!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

informação privilegiada


Bebidas que aquecem o Inverno lisboeta. Momentos Vodafone.
Bebidas quentes. Café au Lait, Chococcino, Nesquick. 
Das 7h30 às 11h e das 17h às 19h, no Metro do Cais do Sodré (segunda), 
Zoo (terça), Campo Grande (quarta), Alameda (quinta) e Marquês de Pombal (sexta). 

Grátes, como se quer em tempos de crise.

CASUAL FRIDAY 25.01

Uma rúbrica semanal que hoje ganha vida, pela vontade que temos de ter programas de fim-de-semana giros, diferentes e amigos do bolso. A maior parte das sugestões advirá de coisas que experimentei antes, para ganhar maior sensibilidade à coisa e saber se vale realmente aquilo que os interessados apregoam.

Sábado | min: 13º máx: 16º | Nuvens in-the-house

Dia de recuperar o sono da semana e acordar a horas de brunch (a parte do acordar tarde não serve a todos, mas o brunch, why not?). Convidar amigos com quem já não estamos há algum tempo sabe sempre melhor. É também um bom dia para agarrar naquilo que adiámos a semana toda: arrumar um canto da casa, fazer um sketch de uma ideia para um quadro, recuperar o romantismo associado às cartas de papel e escrever a alguém que está mais longe.

Brunch no Kaffeehaus Lisboa – € 9,9
Experimentei o Mediterrane Eierspeis' onde por €9,9 perdi a cabeça com ovos mexidos mediterrânicos com tomate, espinafres, pesto de manjericão caseiro, queijo parmesão e pinhões tostados com pão a acompanhar. Adorei o ambiente artístico, em pleno Chiado. Longe da confusão e perto do coração. Normalmente tem fila de espera de 20/30 minutos - again: levando amigos tudo passa a correr.



Corrida no rio – € Priceless
Correr ao longo do rio pela tarde é das coisas melhores que há para fechar uma semana de estudos, trabalho e cenas. Levar casaco para a possível chuva-molha-parvos que molha todos, mesmo os não-parvos.

Anna Karenina – € 6 no El Corte Inglés, sessão das 21:30
Um filme que adorei, por todos os pormenores que tem. Porque tudo se passa em cima de um palco de teatro que é o cenário das nossas vidas - umas vezes com distância de segurança suficiente para olhar os factos com precisão e outras vezes estando tão emaranhados na peça que tudo parece distorcido. Onde Tolstoi revela o amor como lugar de equilíbrio, onde não cabe pensar apenas com a cabeça, que conduz a uma frivolidade ilimitada (papelão de Jude Law) nem apenas com o coração, que torna tudo espontâneo mas irrefletido (papelãozão de Keira Knightley). Quero escrever sobre este filme, como se não houvesse amanhã.



Pezinho de dança no Xafarix – € depende do grau de sede, sem consumo mínimo obrigatório
Gosto daquilo se for para ir com amigos e dançar ao som de música ao vivo. Fumadores podem dar asas ao seu vício dentro de portas e quando o convidado é Mico da Câmara ou Rodrigo D’Orey tudo ganha uma nova magia. Vantagem: há um senhor que nos arruma o carro a custo zero, acabando com o stress de tentar estacionar (mesmo para quem, como eu, tem um smartie tiny tiny).

Domingo | min: 11º máx: 16º | Está de chuva

As Idades do Mar na Gulbenkian – grátis (Domingos de manhã e tarde)
Uma exposição linda que arrebata nos primeiros passos da entrada – um Turner do lado esquerdo, de dimensões absolutamente incríveis. O que mais gostei? Da diversidade de estilos, dos nomes portugueses, das pessoas que encontrei sem estar à espera. Fui à artista, fita na cabeça modo-hippie-peace-and-love e senti-me em casa. Não perder!


Passear no Chiado – priceless
Domingo é o dia da família por excelência e o Chiado ajuda. Imperdível, não troco, não troco, não troco. Preciso destas ruas como de ar para respirar. Passear sem rumo, entrar em alguma Igreja, conhecer os milhentos promenores que passam despercebidos sempre que por lá vagueio. Há sempre música entre nós, nas ruas, ao vivo. Graças à espontâneadade desses artistas, a minha vem ao de cima e começo a simular início de dança, para vergonha de quem está ao meu lado..!

Criar uma sardinha – priceless
E se a próxima sardinha de Lisboa fosse a sua? Experimente, arrisque e pode ser a nova peixeira dos Santos Populares. Este ano volta o Concurso de Criatividade das Sardinhas das Festas de Lisboa, que já espalha peixarada desde 2003. Em 2011 concorreram 3526 sardinhas, provenientes de 16 países, tudo para Lisboa! Ganham as melhores 10. Os júris? EGEAC da Silva Designers e como não podia deixar de ser, Ana Bacalhau (vocalista dos Deolinda). Resultados a 21 de Março.


Para quem anda pelo Porto:

Uma loja que dizem ser imperdível, que lembra os armazéns dos sotãos mais antigos, cheios de objetos com um je-ne-sais-quoi brutal. É uma loja que remonta aos tempos vintage e cujo mote está nos 4 R’s: renovar, reduzir, reciclar e reusar. Peças escolhidas a dedo, renovando o sentido dos materiais e a consciência de como os usamos. Diz que é para ir, visitar e ficar fã. Diz que sim. E eu acredito.

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

FILME A CORES

24 de Janeiro 2013
" Querida mãe, queria ter falado contigo hoje de manhã mas saí cedo. O que achas de ir para Évora este fim-de-semana? A tia convidou e apetece-me ir. Bem, na verdade a decisão já está tomada porque eu já disse que sim. Mas queria a tua opinião porque tenho amigas a fazer disto um movie e a dizer 'jáaaa? Já a fazer fim-de-semana familiar?!' e outras coisas do género. E a tua opinião conta mais, porque apesar de não ir mudar a resposta gosto de saber o que achas. Um beijo grande, meu."

" Querida filha, li o email que me mandou. Aguardo reformulação de todo o seu conteúdo, passando-o para a terceira pessoa. P.S. Claro que vai! Desligue dessas opiniões - se vai feliz e foi convidada, é o que interessa. Um beijo da mãe."

Já lá vão uns meses desta brincadeira - tratar por tu. Gosto do tu porque descomplica, porque facilita o relacionamento no local de trabalho e porque aproxima o povo. Decidi trazer a moda para casa mas  ainda não adoram a ideia. Há uns tempos atrás a conversa era esta:

M: Ana, faltam poucos dias para o ano novo e eu quero que a sua resolução para 2013 seja deixar de me tratar por tu. Não gosto desta moda.

Bateram as doze badaladas e já lá vão 24 dias. Desde aí que oiço ele a dizer que é género, elas a rir à gargalhada cada vez que estão lá em casa, o pai a dizer que é a idade do armário e eu contente da vida. Em 24 dias nada mudou, porque a minha resolução de ano novo é só uma: aprender a mudar um pneu.

Isto já para não dizer que acho que a relação mãe-filha melhorou substancialmente desde o início desta moda. Se quedará!

JUNE2013




























3, 2, 1.. Comecem os preparativos para a despedida de solteira da T! Aprender a valsa (.. not), 
pensar no programa, nos dias, na surpresa que vai ser isto tudo. A primeira gémea a casar. 
A primeira vez que vou ser madrinha. Muitas primeiras vezes para apenas 24 horas. 

Note to self: cuidadinho com as emoções, para que esta imagem não se replique no dia 8. 
Tu serias o homem que a traz de volta para casa.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SIGURA

M: Mas o que é que está a fazer com isso? Não precisa de se arranjar tanto querida. Olhe a tia nunca se arranja assim, é que a maquilhagem estraga a pele.

Eu: Tem razão Maliu, mas está a escapar-lhe uma diferença entre nós as duas. É que a tia é linda com e sem maquilhagem, mas a sua sobrinha não.

M: (olhar pensativo) Pois, lá isso é verdade..

E sabes que mais? Não te trocava por nada deste Mundo! Se não fosses prata da casa, licitava-te pelo mais alto preço, porque vales mais, vales ouro. És princesa, nos teus 47 anos. És exemplo na forma descomplicada com que encaras a vida. Querida Maliu, irmã mais nova de oito, irmã da minha mãe. Nasceste com trissomia 21 e estás tão mais à frente do que nós, aqueles que a sociedade classifica de "normais". Estás pelo menos, pelo menos, 21 degraus mais perto do Céu.

THE NOTEBOOK

















São o futuro disto tudo, estes miúdos em ponto pequeno.
São o que nós já fomos e que faríamos tudo para voltar a ser 
- mesmo os que negam confiantes.

Sem pretensões, este professor muda a vida dos seus alunos: 
não é 8 ou 80. É 8 e é 80, o que resulta num in between perfeito. 
Good teachers connect theory with life.

Quero fazer o mesmo com os meus filhos um dia. 
Conseguir ser mãe, sem partir do pressuposto que o que nos une 
é garantido e não requer esforço de manutenção.

E conseguir ser a amiga da escola, 
aquela que estica a corda,
que quer ir jogar ás escondidas,
e que suja a roupa na lama 
sem pensar no trabalhão que aquilo vai dar a lavar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

antes que me esqueça

tenho que escrever como tudo começou. Para voltar aqui as vezes que forem precisas e saber que há um outro caminho.

Tudo começou quando tinha idade para subir ás árvores. Era maria-rapaz suficiente para perder cabelos de fúria a ver que os rapazes chegavam mais alto e mais rápido do que eu e sem problemas com o fator-saia. Por não me ficar, acabei em cima de telhados a 10 andares de altura, toquei os 300km/h num ferrari, quis dominar temas como futebol, política e finanças. Vontade de chegar onde não me via, para provar que conseguia. O quê? A quem? Não sei.. Ainda não sei.

Há um ano foi altura de me auto propor um novo desafio. Os olhos brilhavam só de pensar. Na altura, trabalhava numa das TOP4 Consultants em Portugal, com um ritmo diário que estava longe de ser para meninos, com namorado, com família, com amigos. Não era suficiente. Ainda restavam 3,5 minutos do dia em que eu podia estar a fazer alguma coisa que não fosse estar quieta. Quieta sempre me soou a descansar e defendia a pés juntos que dormir, comer e outras-coisas-que-não-fica-bem-dizer-aqui, são uma perda de tempo. Inscrevi-me no CFA, mundo das finanças, sem pensar muito no esforço que iria implicar. Pensei no meu, não pensei no dos outros - tempo a menos implica sempre atenção a menos, dedicação a menos, e muitos outros menos. O mais chega só a longo-prazo e a longo-prazo, dizia Keynes, sabemos onde estaremos - a bater as botas. Lindas, de salto alto, mas feitas de pó.

Foi um ano de streck. Levar as cenas - já tinham nome próprio, eram as cenas - para todo o lado. Para a passagem de ano, para o fim-de-semana de família, para as férias de Verão, para ir lanchar com elas não fosse existir um tempinho vazio, para TODO. O. LADO.

Em Dezembro, dia 1, estava em Madrid sentada para o grande exame. Minutos antes de começar, passei os olhos por esta fase que chegava ao fim. Decisões díficeis, das mais difícies, daquelas, sabem? Tantas coisas boas, saudades de tudo e não-arrependimento de nada.. de quase nada.

Passados dois meses, a nota saltou da pauta. Foram 60 dias de curtir à séria esta vida. Fazer coisas que andei a adiar, dedicar-me a elas, com quem nunca tinha tempo de qualidade para estar, reatar amizades antigas, dançar até me doerem os pés. Recomeçar a fumar (mistake. mistake.), aprender a gostar de cerveja, ler o que antes era inútil por não meter números, costurar a minha roupa, fazer bolachas, criar o meu blog e deixar de adiar o inadiável. Salvé Keynes!

Não passei à fase seguinte. Falhei em provar-me que conseguia chegar ao díficil, ao impossível. Falhei redondamente na ambição desordenada que me fazia querer pedalar sem sair do mesmo sítio. Sem rumo, sem alma, sem calma. É outra vida, diz a PT. É. De pensar três e quatro vezes nas opções que comprometem. De pensar sete e oito vezes no nível de exigência que me ponho, para início de conversa. De fazer os pague 3 leve 2, que não trazem retribuição de terceiros mas que valem mil vezes mais. De pensar menos e ser mais. Em promenores, que esses sim ficam para contar a história.

its back

Quando o que une diferentes pessoas constitui algo tão precário e fraco como o dinheiro, a relação tem tudo para fracassar. Mesmo que se diga que não, que o que move as partes é algo mais profundo e altruísta, as únicas pessoas que perdem em manter a fachada são as próprias. Inevitavelmente, a bomba vai estalar quando o dinheiro acabar. E inevitavelmente, se se trata de um casamento nos moldes do verdadeiro casamento, estala a bomba mas aguentam-se à bronca. E desta forma, crescem, traçam novos esforços e desafios e limam as arestas que primeiramente os levaram à decisão de se manterem juntos.
  
Vou voltar atrás neste romance, porque me parece essencial analisar a razão que levou as partes a dar o nó, em 1957. O que os moveu? Uma genuína vontade de tomar decisões em conjunto, uma visão a dois, a cinco, a vinte e sete. Um interesse comum feito de visões únicas. Uma união mais forte, mais capaz, mais indestrutível, mais una, mais deles.

E mais nossa. Portugal aderiu à União Europeia nos anos 80. Uma união que procurava acima de tudo um aumento da capacidade económica através de uma abertura a novos mercados, a novas transações e a um mundo até então inacessível. Os drivers para além dos económicos, nunca forma bem comunicados. Nem assimilados. Não era fácil porque não lutámos juntos, os 27, desde o início. Porque tivemos guerras feias e frias entre as suas partes. Porque temos formas de pensar tão diferentes, que quase se anulam. Porque em várias dessas transações, eu ganho, se o outro perde.

As obrigações são títulos de dívida onde uma das partes, seja neste caso o Estado Português, emite um título em troca de um montante acordado, pago pelo investidor X. Na forma mais simples das obrigações, o X pagaria hoje o montante de uma obrigação a 5 anos, receberia juros pelo custo de oportunidade do dinheiro emprestado ao longo dos 5 anos, e receberia no final deste período o valor que tinha emprestado, atualizado a essa data, uma vez que cinco euros, por teoria, valem mais hoje (isto revela-se óbvio quando pensamos nos depósitos a prazo).

Já uma Eurobond é uma obrigação emitida pela União Europeia, composta pela dívida dos países que a constituem. A participação dos países neste tipo de obrigações tem que ser inevitavelmente ponderada uma vez que a solidez da dívida que apresenta uma Alemanha nada tem que ver com a solidez da dívida de uma Grécia. Uma das propostas relaciona-se com o rácio de dívida em % do PIB do país (debt-to-GDP ratio), o que se trata de um forte indicador mas ainda assim insuficiente: por força da nossa estrutura, a palavra dívida, debt, schuld, deuda, dette, pode querer dizer muita coisa.

Vantagens? Países de menor dimensão, com acesso mais fraco aos grandes mercados, ganham uma nova liquidez e mais depressa veêm a sua dívida transformada em ativo do que anteriormente.

Desvantagens? Como referiu a MT, e muitíssimo bem, é uma praga para países como o nosso. À partida esta opção revelar-se-á um el-dourado: a dívida que inunda as nossas contas, unida à dívida de países como a Alemanha, dará à eurobond uma estrutura de dama de ferro, como se de uma garantia de ouro se tratasse. Do tipo "óbvio que se a Alemanha está metida ao barulho, não pode dar para o torto e vou receber o dinheiro que investi". Mas pode correr mal, porque em tempos já falámos do conceito de default. E é por isso que, este mês, a chanceler alemã, Angela Merkel disse um redondo Não às Eurobonds.

Sou da opinião de que este instrumento não é descabido de todo, mas que tem que ser mais limado e regulado. Nos moldes atuais, beneficia os países que se encontram sobre-endividados - "vale a pena dever muito dinheiro!". E só resolvendo a crise como o estamos a fazer, sem soluções fáceis, é que este nó, dado em 1957, pode crescer, traçar novos esforços e desafios e limar as arestas que primeiramente os levaram à decisão de nos mantermos juntos.

Porque no final do dia, querido Estado Português, teremos que parar de fugir com o rabo à seringa e pagar o que devemos. Quer seja daqui a dois, cinco ou vinte e sete anos.

oficialmente*

os dois minutos mais longos da minha vida.

* és pouco exagerada, és

HEY GORGEOUS

Saias com vida própria. 
Com manias e personalidade! 
Esta saia é expressão disso mesmo. 
É preciso lata para vestir isto e andar a passear pela rua.. 

Not a problem on this side :)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

esta é das boas

Prescrição médica: dispensa.
Tomar sob a forma de carregar-no-play e descontrair. O dia de trabalho no escritório chegou ao fim.
Aconselhado para maiores de idade-para-ter-juízo, say 67.

Manter-se em temperatura ambiente (20º a 25º), proteger-se da luz e da humidade. 
Prazo de validade: vitalício.

teaser do que aí vem, já um parágrafo abaixo

Sintomas que antecedem a toma: se precisa de uma música para acalmar porque a senhora dona segunda já começou a abrir estes 5 dias e agora, chegado o fim do dia, parece mais que foi uma senhora dona quarta que lhe veio tocar à porta para pedir arroz, porque o dela acabou.


E assim sigo a cantar para o metro, que amanhã me fecha as portas para mais uma greve. Coisa querida!

2'

Hoje conheci-te MQ. Tinhas dois minutos para me dizer a frase que tinha marcado a tua vida, que a tinha puxado para outros mundos ou que simplesmente achavas piada. Eu teria que explicar, depois, a uma audiência de 200 alminhas, a tua escolha. Foste rápido na resposta:

Ana, a frase que mudou a minha vida foi dita num telefonema. 
Eu não falei, só ouvi aquela voz do outro lado: M, vais ser Pai.

Resultado: 200 alminhas x 2 mãos cada x aceleração por segundo = muitas palmas para o MQ.

quando tudo é desculpa


Elas saem com casacos de Verão, quando lá fora chove a cântaros
E eles, vão às profundezas da arrecadação buscar os casacos da neve tamanho XXL.

E saem os dois a ganhar!

então é assim

Está tudo a andar a ritmo normal. Cada um a seu passo, mais ou menos rápido que o do lado. De repente, aparece uma ave rara, vinda não sei de onde, que acelera e às tantas aquilo já não é marcha, já não é passeio, já não é nada. É corrida. Em poucos segundos espalha-se o pânico, e o ritmo contagia: começa tudo a correr também, porque se aquele corre, é porque deve saber mais do que eu de certeza e por isso mais vale segui-lo. Já somos 5, 10 e em poucos minutos somos todos. Chegamos lá a baixo, ao final das escadas e afinal, estávamos enganados. Ou melhor, a ave rara estava enganada e nós fomos na conversa. O metro não está ali, e faltam ainda 4 minutos para chegar. Ainda bem que este efeito de correria generalizada, achando que estamos a ficar para trás de alguma coisa, não tem expressão na nossa vida e só acontece no metro em S. Sebastião...

domingo, 20 de janeiro de 2013

anatomia

Há um canto dentro de cada um de nós que é isso mesmo, nosso. Pode ser canto do cérebro, canto do coração, pode até ser canto de uma mão. O seu lugar é nómada, varia conforme a estação do ano e conforme a apanha da fruta e está sintonizado com o nosso estado de espírito. É onde vamos buscar as reservas de auto-confiança, de energia e de alegria. Esse canto é o lugar das tralhas boas, das ideias que nos preenchem, com conversas que temos, com coisas que vemos. Queremos que o nível de coisas que o ocupam seja sempre o mais alto, muita confusão, sem saber encontrar aquilo que procurava porque tudo serve. Tudo o que sai desse canto serve. E não, o que não pode acontecer é que um dia, precisando, cheguemos à reserva sem bomba de abastecimento de gasolina por perto. Porque quando e se acontecer, teremos que nos valer a nós próprios, sem mais ninguém por perto. 

Mas acontece com todos e chega o dia em que a reserva acaba. Como se chega até ali? É fácil. Começamos a ceder à nossa consciência, ao ambiente que nos rodeia. Cedemos ao que antes eram valores certos e sabidos. Cedemos também na auto-estima e no saber que valemos tudo, porque sim. Ás vezes é uma relação familiar difícil, outras vezes é um trabalho que nos tira do sério. Ás vezes é a namorada que é ininteligível, outras vezes é uma notícia inesperada. E é aí que entra a relevância do canto onde esse canto está. Quando é nas mãos, começamos a trabalhar desesperadamente para dar a volta à situação. Quando é na cabeça, pensamos, re-pensamos e voltamos a pensar em tudo antes de tomar uma decisão. Quando é no coração.. aí é o fim da picada. Podemos dar as voltas que forem precisas, não adianta. Nada se resolve, só se revolve. O que parecia fácil passa a filme e as pipocas estão longe de ser doces...

A solução requer tempo e eventualmente a conclusão será esta: muda-te. Muda o teu canto. Não deixes que esse impasse que vives no teu canto, fique aí para sempre. Que não seja o outro a tomar essa decisão por ti. Não dependas de um elogio, de um o-que-é-que-aqueles-vão-pensar, ou de um estatuto. Quando te levantares amanhã, situa o teu canto. Faz o que tens a fazer porque queres, sem hesitar e sem querer provar a alguém que és mais do que já és, e já és tanto! Deixa o canto no seu canto. E aí, não precisarás de viver a pensar no aumento do preço da gasolina.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Querida sexta-feira


Estava a ver que nunca mais chegavas mulher! 

Tinha saudades tuas, já não te via há 7 dias e pareceu uma eternidade. 7 dias que não queriam passar por nada. A minha cabeça frita sempre que acontece o que aconteceu esta semana: chegar ao trabalho; ouvir tudo o que tenho que apresentar ao final do dia; pensar em cortar nos almoços combinados, cafés à tarde, e outros divaganços que me pudesse dar ao luxo de ter durante a tarde; dizer muito bem, estará feito até às nove e meia da noite porque hoje queria sair cedo (!); ouvir o outro lado dizer não te preocupes temos a noite toda para fazer isto. Temos? Ou tens? Tens. Eu não tenho. Eu a seguir a isto quero ir jantar com a minha família, namorar, beber café com amigos, ler e escrever. Sim, eu sei, não parece tão giro como trabalhar um excel pela noite dentro, mas é só hoje. Ás nove e meia, para surpresa do outro, t-u-d-o está feito, porque quando há vontade e um bom isco, a magia acontece. O que não está feito, pode esperar por amanhã, no big deal man. Ninguém morre, só eu. Trabalhar 17 horas seguidas pode ser a pura da loucura mas fico-me pelas 13.

E por isso, minha linda, tardavas em chegar. Vem sempre ouviste? Tenho scones, chá e bolos à tua espera ao final da semana e a tua companhia é o início de três dias (mania de me convencer que a sexta já conta como fim-de-semana) em que sou dona do tempo.

Note to self: Jantar de amigos dele (pontual, pontual, pontual. 5 minutos atrasada, vá) e bailar até ser de dia. Concerto irlandês para relembrar as origens. Jantar com elas, pensar quando fica marcado Paris. Correr os 19km e arriscar um ténis em campo coberto. Mentalizar-me para a nota que sai na segunda. Ai. Não pensar em trabalho, nem que a vaca tussa.

tempo, passas a correr


Tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar. 

Hoje, Tu és tudo o que eu não sei largar, mas não és meu. É dia 25, o dia da confusão, das piscinas para o almoço de um, jantar do outro. É o dia dos atrasos, do stress-por-excelência, das birras dos miúdos. Um dia em que, qualquer que seja a crença, qualquer que seja a raça ou a cor, sabemos reconhecer um coração diferente. 

Foi sentir Lisboa pela primeira vez, abrir esta janela e cair para trás com um vento que entrou, quando menos esperava. Sentar-me naqueles degraus que já conheço, em cima do bocado de cartão do Sr. Joaquim e imaginar por onde andará. Olhar para a rua com os seus olhos, ouvir as moedas a cair no seu copo..

Em modo casca-de-cebola, com vinte camadas de roupa, quis o frio de Belém na pele, e passei a três. Subi esses degraus pela centésima vez com se fosse a primeira e ajoelhei-me perante Aquele único por quem o faço. Na mais plena liberdade, entregar-lhe a minha. Querer ter os meses que Ele tem, para podermos falar de igual para igual ­– sem cerimónias ou pouco-à-vontades. Sermos iguais. Foi realizar que nunca o seremos – iguais – porque as minhas mãos, onde ele hoje cabe, foram por Si pensadas.

Foi cair no mistério de tudo isto. E perceber que nunca vou perceber. E está tudo bem, porque esse é exatamente o conceito de Natal no meu dicionário.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MOLIÈRE

Hoje é dia de ir ao teatro e o nível de xitex está em altas! Tenho dois bilhetes que ganhei aqui*, muito muito obrigada Maria. Encontramo-nos pelas 21h. Deves estar de azul.

* Vale a pena visitar este blog porque, para além de um exímio bom gosto, tem concursos 'daqui' (estou a agarrar a ponta da orelha direita).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

dans la mouche

Vai ver outra vez as rosas. Wish list #1: aprender a estar com as pessoas sem o telefone em cima da mesa, na mão ou por-perto-a-fingir-que-vivo-sem-ele. Wish list #2: aprender a mudar um pneu. Sozinha, sem ajuda de terceiros, a não ser o macaco. Vais ver que a tua é única no mundo. Wish list #3: ter uma receita de bolachas de aveia desenvolvida por mim. De comer e chorar por mais. Check. Wish list #4: andar de balão, uma mini e o risco de cair. Com elas, com eles, com quem não gostar das alturas. Wish list #5: ordenhar uma vaca. Leiteira sff. Foi o tempo que gastaste com ela que a fez sentir tão importante. Wish list #6: ir brincar com os sobrinhos que crescem, deixam de achar piada aos está-tão-crescido-meu-amor! e que só "voltam" anos mais tarde. Wish list #7: ler o Principezinho, livro do qual cresci a ouvir citações. Em francês, para desenferrujar esta língua que só agora, anos mais tarde, percebi ser a mais romântica que para aí anda.

Antoine de Saint-Exupéry, Le Petit Prince

RED LIGHT

Tem sido uma semana de loucos no trabalho. Acordar de noite, viajar de noite, voltar a casa de noite. Viver dentro de uma sala com mais duas caras que sinto já conhecer de cor. É um risco que não gosto de correr, este de viver sem o fazer. Perder a noção das horas do dia, da chuva lá fora, do que se passa do outro lado dessa janela. Perder as caras e o estar com aqueles de quem não tiro férias por nada.

Ando nisto há uns tempos e os dias repetem-se em sequência de baralho de cartas. Dias de luta e dias de glória. Mas hoje.. Hoje foi diferente do que se anda a passar por aqui. É tarde, é tão tarde. Mas foi diferente. Porque hoje reparei em coisas pequenas, as mesmas que regra geral me tiram do sério quando volto a des-horas.

Abri a janela do carro para ter o frio colado à pele e me sentir viva, real, a um nível que só os graus negativos conseguem e que chegam a tocar a alma. Mil e trinta semáforos, que me obrigaram a parar. A parar a sério. Ruas desertas debaixo de um céu de cidade sem rasto de estrelas, onde me lembrei daquele que as criou, para ajudar a descobrir o caminho até Casa. E no qual dei o primeiro passo à duas décadas. Gostei de ter tanto para dizer, para improvisar e para agradecer que as ideias me saltavam da cabeça em queda livre, e eu sem mãos para as agarrar a todas.

E de, por isso mesmo, estar aqui agora. Parada na primeira bomba de gasolina que apareceu, pedir uma caneta emprestada e escrever tudo isto. Em lenços de papel, à falta de melhor matéria-prima.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

46 GOOD REASONS


Está oficialmente publicada a lista dos 46 lugares imperdíveis a visitar em 2013, pelo NYTimes. Não todos, porque seria preciso ter começado a viajar no dia 1 e já lá vão 14 dias ( por isso). Para muitos destes sítios podemos ir a custo-quase-zero, porque existe o couch-surfing, que espero fazer um dia de mochila às costas e com tempo para pesquisar bons sofás, evitando o perigo geralmente associado à ideia, existem comboios que viajam de noite e onde se pode dormir, reduzindo o orçamento no que toca a hotéis e existem amigos e amigos de amigos.

E depois existe o ir para fora cá dentro: em 28º lugar desta lista está o nosso Porto, considerado uma das últimas “pechinchas” da Europa. Vistas inacreditáveis sobre o Douro, cantos e recantos para passear, namorar e rezar. Uma cidade de inspiração, onde viveu J.K. Rolling nos anos 90 – quem sabe não foi aqui que teve o sonho de, anos mais tarde, escrever Harry Potter? 

E como não podia deixar de ser, a cidade do bom vinho, exportador oficial e motivo de orgulho. Uma boa desculpa para ir ver as amigas e amigos que por lá andam e que nunca visitamos, porque me parece sempre que o caminho Porto-Lisboa é muito mais pequeno que Lisboa-Porto.

e quando os níveis de exigência são estes..

B: O meu perfume preferido? É aquele de bebé, tipo Johnson. Não há nenhum melhor!
G: Denenes 1L = 5 euros.

.. a crise não custa tanto a passar.

domingo, 13 de janeiro de 2013

hoje mais do que ontem

Aconteceu há uns minutos. Estava a chegar ao escritório quando na rotunda aqui ao pé estoirava a feira-da-ladra-modo-parque-das-nações.. tão mais chique! Havia coletes de mil cores, formando um pandam laranja e amarelo delicioso. A polícia era mais que muita, com direito a ambulância, bombeiros e a todas as alminhas que não tinham melhor que fazer a um Domingo à tarde.

E hoje, posso dizer que sou mais tuga do que ontem. Porque dei duas (!) voltas à rotunda para ver bem de perto o acidente, o estado do carro, a confusão da polícia, não querendo perder pitada.

O marido e mulher estavam fantásticos, tiravam fotografias para mostrar aos vizinhos mais tarde.
A polícia fumava cigarrinhos, sentados no carro à espera da burocracia X que tardava em aparecer.
Os bombeiros.. não consegui perceber. E pensei em dar uma terceira volta, não me fosse ter escapado algum detalhe, mas aí ficava em jogo a minha saniedade mental.

sábado, 12 de janeiro de 2013

clichés

Que só temos saudades de mais sol quando muda o termómetro e começa a nevar.
Que só sabemos que aquela fase foi incrível-insubstituível-única quando acaba e se passa à seguinte.
Que só detestamos a estrada quando temos saudades de casa.

 
E hoje juntei mais um a esta mesa de jantar, convidado à última da hora e que resiste em ir dormir:

Que só começa a valer a pena a partir do segundo em que estamos dispostos a largar tudo, no look back, o que quer que seja, se for por aí que se faz o caminho. Não esperar até sabermos, até termos a certeza. Não. Um passo antes disso: quando ainda não sabemos nada. Só sabemos que queremos uma coisa maior para o outro. Mesmo que vamos contra um eu que não veste o mesmo número que serve à nossa decisão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

IT'S FRIDAY NIGHT

Não gosto de espaços fechados, pouca luz.
Mas gosto de luzes baixas, que criem aquele ambiente.
4 paredes não me assistem, quando há tanto por descobrir aqui.
Que se substituam as mesas formais por bancos de jardim, miradouros, chão-que-é-tão-bom-quando-chove. E que a música ambiente venha do ambiente.

E por isso hoje, depois de ir falar a um grupo de miúdos sobre um tema que me é muito querido, vou agarrar no mais-que-tudo e numa companhia feita de uvas e seguir para um dos cantos desta cidade maravilhosa.

Só me falta avisá-lo, resistir a um não e esperar que não chova.

encanita-me sobremaneira

Expressões como fiz-me entender?, fui claro?, percebes?*, fui suficientemente esclarecedor?.

* quando o discurso que antecede a perguntinha apresenta um grau de dificuldade elevado a mil: "fui ao supermercado no sábado e o leite estava esgotado, por isso acabei no pingo doce às 10 da noite, quando não fazia de todo parte dos meus planos. Percebes?"

Não.

NOORA NOOR

O teu nome inspirou-me porque ando com desejos infinitos de sushi.. Onde espero ir este fim-de-semana com elas.
E afinal, és TÃO melhor que sushi.

Os meus wishes for 2013 powered by Samsung seriam reduzidos a um: ter esta garra na voz!


Elas. Vou falar muito d'Elas por aqui. Somos princípio e fim umas das outras. Ás vezes somos como amigas, outras como irmãs, outras como patetas-privados-a-custo-zero umas das outras. E só uma coisa é certa minutos antes de nos encontrarmos: vai valer tanto a pena.

é outra vida

esta que começa agora na PT. Novo slogan, nova imagem. Adeus gatos fedorento que já estavam zero ligados ao mundo da TV e que por isso desvirtuavam a comunicação pretendida pela marca.

É concorrência? É. Mas gostei e vou adotar.
É outra vida. A que agora começa.

estes sete degraus

Se acreditas que chegas lá, se queres mesmo chegar lá, vais conseguir. Não interessa quem está contigo, neste momento contas tu. Só tu. Contas contigo. Com esses olhos, com essas mãos e com essa espinha dorsal. Contas contigo. Dependes de ti. Se tu acreditas que chegas lá, vais chegar. Convence cada uma das tuas artérias, cada célula, cada nervo e cada osso que te constitui. E vais conseguir.

Não esperes que te indiquem o caminho, não queiras replicar o que correu bem para uns nem fugir daquilo que afastou outros. Anda a passo rápido, corre quando for preciso. Mas pára. Senta-te nas curvas, na borda da estrada e repara no pó que levantas no teu caminho. Não te acomodes e segue o que tinhas delineado. Leva quem puderes. Leva Quem nunca te deixa. Leva gravidade. E leva o espírito que te prendia com 10 anos. De risco. De nada a perder.


Mas também podes escolher outro caminho. Podes voar. Podes subir um degrau neste Mundo e viver sempre a um palmo do chão, sem nunca o tocar. Podes viver de sonhos, de ilusões. De pseudo-conquistas e de muros imaginários. E podes usar mil, dois mil meios para isso. 

Podes começar por te rodear do irreal, do que gostarias e de como farias, se tudo estivesse nas tuas mãos. Podes ser feito de carne e flutuar. Podes pesar mas ser feito de ar. Podes tudo, tudo isto. Podes tudo isto. Mas nesse primeiro andar em que vives, a um palmo do chão, não há mais T2. Só existem as personagens que queres criar, para nunca sentires os 58kgs da solidão.


O Mundo real faz-se no R/C. Onde tudo acontece. Em que 0,1% é controlado por ti. O resto não. São esses 99,9% de desafio que te está a escapar. Desce sete degraus, não continues a subir. Porque será maior a tua solidão, a tua utopia. E a tua queda. A vida vale a pena ser vivida no meio do povo.

Nós somos o teu povo.