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sexta-feira, 28 de junho de 2013

DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA

E no fim, pensava nisto: que cair era tão mais fácil do que se manter de pé. Porque tinha 7 mil formas diferentes de cair, bastava aterrar no chão sem interessar o modo de voo escolhido.

Mas para ficar de pé, não.
Porque aí, existia uma e uma forma: ficar de pé.
E essa, já a conhecia de cor.
A teoria, pelo menos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

inCERTEZAS



Este tempo que andei sem vir até aqui, teve por justificação vários fatores que ainda não vêm a propósito.
Os dias passaram e a vida mudou. E trouxe consigo uma nova ideia, que dá mais estabilidade e calmaria a esta praia.

Não precisamos de certezas absolutas.
Precisamos delas em parte, aí uns 70,6%.
Ter a certeza das coisas faz-nos não procurar razões para as fazermos acontecer.
Ter a certeza das coisas vem complicar a vida que é simples, fácil e um luxo nos dias que correm.
Ter a certeza das coisas deixa-nos os pés pregados ao chão sem possibilidade de sete graus de elevação.

Porque se me perguntarem porque é que eu prefiro viver no meio da civilização em vez de virar selvagem, eu tenho a certeza da resposta. 100% certeza. E quando chegar o momento de responder, vou olhar à minha volta e começar a vacilar, enunciando objetos e tentando explicar que prefiro uma cadeira a uma árvore para fazer refeições. Tentando explicar o inexplicável. Porque cá dentro, há 100% de certeza, que faz com que nunca tenha perdido mais de 2 minutos a pensar nos seus porquês. Chegarei ao fim com uma única certeza: de não me ter explicado bem mas de ter a certeza que selvagem não quero ser.

E depois vem a ideia que anda a sair que nem pãezinhos quentes: é que se me perguntarem qual o racional das decisões tomadas nos últimos meses, vou-me rir primeiro e depois, no mesmo registo, responderei que não tenho 100% certeza. Tenho esses 70,6% que me deixam dormir descansada quando o dia chega ao fim. Deixo o resto sem resposta, correspondendo à componente de mistério que confere parte da piada a esta vida. Não preciso sequer de perceber porque é que o sol nasce todos os dias, nem da explicação científica por trás deste fenómeno. Basta-me a certeza de que quem criou tudo isto tem espírito de criança. E que, tal como as crianças brincam e pedem “mais uma vez” quando aquele jogo as deixa radiantes, também Ele o faz, pedindo, ao final de cada dia, e deslumbrado como uma criança perante a sua criação, um “mais uma vez” derretido. E ao verem este Amor, ninguém lhe recusa o pedido: o sol volta a nascer, as estrelas voltam a dançar a milhões de quilómetros e nós voltamos a acordar.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

rosas de santa teresinha

13.

T2

"Ser fiel a uma mulher é um pequeno preço a pagar para poder, sequer, ver uma mulher. Queixar-me de só poder casar-me uma vez seria o mesmo que queixar-me de só ter nascido uma vez. Era incomensurável com a tremenda excitação inerente ao assunto em apreço, que era uma prova, não de uma exagerada sensibilidade à atividade sexual, mas de uma curiosa insensibilidade a essa atividade. Um homem que se queixe de que não pode entrar no céu por cinco portas ao mesmo tempo é um imbecil. A poligamia é uma falta de realização da atividade sexual; é o mesmo que um homem colher cinco peras por mera distração."

Chegaste à minha vida sem aviso. 
Chegaste e estás para ficar.

E vens responder à pergunta que andava a flutuar, sobre o porquê de tantas espécies humanas nesta terra e da escolha de um e um só. Para sempre. Não se trata do "quantos-queres" que se jogava na escola, trata-se do "como queres" que se joga hoje: mais sal, mais pimenta, mais doce, mais agri-doce. Com os olhos postos no outro, elevando uma realidade natural ao sobre-natural. Esquecendo-nos do que queremos, e não do que somos, indo ao encontro do que o outro é e daquilo que a dois se chama construir.

Obrigada, G.K. Chesterton.

T


Sou gémea da minha gémea. 

Talvez por essa razão, desde cedo, seja alérgica a tudo o que sejam cópias, imitações de terceiros ou ser igual ao outro. 

Porque me soa sempre a falta de personalidade quando ficamos numa zona de conforto tal que não nos permitimos arriscar usar isto ou aquilo e mantemos a segurança de ver que ela fez, usou, aconteceu e então já estou preparada para o fazer, usar, acontecer.

Conheço pessoas à minha volta que são verdadeiramente originais. Cheias, mas cheias, de personalidade, que arriscam o diferente, o ir contra a corrente. Ser mais à frente.

E hoje, quando ouvi a L a dar uma gargalhada em pleno open space, percebi que mais do que pelo racional, estas coisas entram por contágio. Estou com formas de rir i-guais à dela, dois tons abaixo. Damn.

FOI HOJE

Olhámo-nos nos olhos durante alguns minutos. No fundo, pretendia fitá-lo com a esperança que não fosse branco, fosse só mais loiro. Um loiro-branco. Mas não, é real. Veio para ficar. Se estava preparada para a sua chegada? Não. Não estava preparada para o aceitar com um sorriso de boas-vindas, nem sequer com um sorriso amarelo.

Mas a verdade é que o tempo passa, e também por aqui passou. E antes de começar a pensar que estou a ficar velha, do alto dos meus 23, tenho que relativizar tudo isto e pensar que é sinal de vida ativa, maravilha.

Olha querido, bem vindo. Sê feliz aí, no alto da minha cabeça. Deixa-te ficar o tempo que for preciso. Maaas.. nem penses em cometer o disparate de chamar mais primos.