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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

cafés suspensos

entraram num pequeno café na Bélgica e fizeram o seu pedido. quando se iam a sentar, entraram duas senhoras e dirigiram-se ao balcão:

- "cinco cafés, por favor. dois deles para nós e três suspensos."


pagaram a sua conta, pegaram em dois cafés e saíram. ela, que por ser mulher tinha um nível superior de curiosidade, perguntou-lhe:

- "o que são esses cafés suspensos?"
- "espera, já vais ver."

continuaram a entrar pessoas. duas miúdas pediram um café cada, pagaram e foram embora. a seguir, foram pedidos sete cafés por três advogados - três para eles e quatro "suspensos". 

ela, cada vez mais curiosa, tentava magicar o que seria aquilo dos cafés "suspensos". de repente, um homem vestido com roupas gastas, um querido mendigo, aproximou-se da porta de entrada e perguntou, de sorriso rasgado, ao empregado do balcão:

- "você tem um café suspenso?"


e ela percebeu: as pessoas pagavam com antecedência um café que serviria para quem não podia pagar uma bebida quente. 

uma tradição que começou em Nápoles, mas que se espalhou por todo o mundo: em alguns lugares é possível encomendar não só cafés "suspensos" mas também um pão ou uma refeição inteira. sweet.

eu não sei porque é que 20 mil

pessoas vieram aqui no último ano.

mas sei porque é que eu vim: tive 20 mil razões.

E se está aqui pela primeira vez, entre que aí fora está muito frio. puxe uma cadeira e sente-se confortável. aí no canto tem mantas, chá de cidreira e pão de deus da padaria portuguesa. deixe-se ficar o tempo que quiser e fale-me de si. 

Muito obrigada pelas 20 mil visitas!

era uma vez


o primeiro dia de férias, daquelas que aparecem sem avisar e que por isso sabem a pato. tenho a mania de criar dias especiais dentro da minha cabeça, dias que têm por força que ser diferentes dos outros 364 dias do ano. E tu, Natal, não ajudas em nada à minha causa. Desde cedo via a minha mãe a dar um presente de Natal ou de anos a si própria e o conceito pegou: comecei a dar-me presentes por boas notas, por fecho de projetos. por tudo e também por nada. naturalmente, com o crescimento e o passar dos anos, chegou a senhora desimportância-própria, tornando estes momentos verdadeiras raridades (?).

mas hoje de manhã foi diferente. faltavam 4 minutos para o autocarro chegar e um papel com letras desenhadas cantava por mim: "SUMO DE LARANJA E PÃO COM QUEIJO" a 2€. Não gosto de tomar o pequeno almoço fora de casa porque me parece um luxo parvo e 2€ pagam uma iHOLA, duas sopas ou uma caixa dos chocolates preferidos dele. Não me assiste.

mas hoje, como estou a viver estes primeiro dia de férias como se de um Natal antecipado se tratasse, pareceu-me o presente perfeito para me dar. corri, pedi, paguei e devorei o meu presente. quando o autocarro apareceu ainda estava a meio do sumo: shot do resto, pão na carteira e correr para o apanhar. over and out deste autocentrismo absurdo que nem merece ser um post de regresso.

NOTE TO SELF: tecnicamente, as tuas férias só começam às 18h.