Páginas

segunda-feira, 11 de maio de 2015

dona de casa desesperada

devia haver alguma vergonha em assumir que nunca tinha feito uma máquina da roupa antes de meter um pé naquela que é a nossa casa. nos primeiros dias o desespero era total, por que é que isto tem mais do que um botão? extra água é exatamente o quê? amaciador não é no cabelo? e por ali continuava. com os meses fui ganhando prática e aquele monstrinho tornou-se um aliado - a roupa saía lavada e quase seca e a parte de estender era tarefa dele. carregar nos botões e separar a roupa era a parte gira. com a brincadeira de querer despachar tudo numa única máquina enfiava lá para dentro quilos e quilos de roupa e ia ouvindo que há limites para um tambor e que ia conseguir estragar aquilo. encolhia os ombros e voltava a dedicar-me a encontrar mais panos e toalhas que pudessem ainda caber na nossa linda balay. e os 4 anos de garantia funcionavam como descarga de consciência.

depois chegaram os problemas. a parva da balay centrifugava com água lá dentro. começaram as acusações e ia-me defendendo como podia, sabendo que provavelmente a culpa tinha sido mesmo minha. liguei para os técnicos e diziam para ver o filtro - vi e estava impecável. pedi para irem até lá e quem lhes abriu a porta foi ele. passaram ali uma hora de almoço em amena cavaqueira enquanto o técnico abria outros filtros com chaves de parafusos (pelos vistos há mais do que um..) até que descobriu o problema. umas trusses tinham-se enfiado pela borracha da máquina e não permitiam o escoamento da água. o peso a mais que andava a pôr no tambor causaram aquela pressão e afinal a culpa era mesmo minha.

e agora, sempre que quero acordar bem disposta basta-me imaginar o pobre do técnico e o pobre do marido, os dois a olhar para a balay e a tirar de lá de dentro aquela peça de roupa com uma pinça cirúrgica. a verdadeira pérola!

2 comentários:

Leonor disse...

Looool muito bom!!!

Leonor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.